quarta-feira, 26 de março de 2008

Atividades (Artigos, Resenhas e Fichamentos)

Artigo sobre Portfólio

Portfólio como ferramenta pedagógica

Carolina Rodrigues Kobayashi[1]

Resumo


Este trabalho é resultado de uma pesquisa a respeito do tema portfólio e sua importância para o ensino de geografia. Uma vez que este foi utilizado pela disciplina de Ensino de Geografia e Estágio de Vivência Docente, ofertada ao 3º ano do curso de Geografia da Universidade Estadual de Londrina como instrumento de avaliação para esta disciplina.
Não apenas como meio de avaliar os discentes, o portfólio também serve como um novo recurso didático para a prática de ensino, onde os alunos podem expor as atividades que desenvolvem ao longo do curso e até mesmo trocar informações com outras pessoas através da internet, pois ele é realizado através de um bloggler, que nada mais é do que um serviço que oferece ferramentas para os indivíduos publicarem textos na internet.
Palavras – chave: Portfólio, ferramenta, aprendizagem, ensino.

Introdução

O termo portfólio é de origem anglo-saxônica que designa o conjunto de títulos e ações de um investidor, individual ou institucional. Ou: Documento formal que apresenta as experiências de aprendizagem fora da escola, sendo utilizado para solicitArte, fotografia e publicidade.
O Portfólio pode também ser considerado um material acumulado pelo desenvolvimento de um conjunto de ações de sucesso voltado ao melhor resultado de uma pesquisa ou de um trabalho. São situações interpessoais, que individualmente agregam valores ao processo através de experiência desenvolvida dentro de um determinado período de tempo, por uma análise contínua durante a evolução de um projeto, identificando possíveis potenciais problemas que possam ocorrer no decorrer do processo.
Um artista, arquiteto, publicitário, designer ou modelo de moda pode apresentar um porta-fólio de seu trabalho realizado até aquele momento, visando conquistar novos trabalhos. Neste caso, consiste de um conjunto de fotografias, recortes de jornais e revistas, peças produzidas ou outros registros de sua trajetória.
O portfólio também vem sendo usado na educação, tanto por alunos como por professores, com o objetivo de fazer uma reflexão crítica sobre o seu processo académico, visando a melhoria de competências, atitudes ou conhecimentos.

O Portfólio como instrumento para a educação

O portfólio enquanto instrumento pedagógico é utilizado pelos alunos como uma forma de expor as atividades desenvolvidas com as disciplinas, para isso se faz necessário que haja uma coletânia de textos ou atividades que foram desenvolvidas em um período de tempo, de forma a poder proporcionar uma visão alargada e detalhada da aprendizagem. Ele reflete também a identidade de cada aluno em cada contexto, enquanto construtores do seu desenvolvimento ao longo da vida. Permite uma verdadeira avaliação contínua.
O portfólio pode ser utilizado para uma futura avaliação do professor, distinta dos testes utilizados atualmente que analisa a aprendizagem em um único documento.
Tradicionalmente ligado ao mundo das artes visuais e da moda, o conceito de Portfolio quebrou fronteiras e adquiriu uma reconfiguração específica no campo educativo. O Portfolio de Aprendizagem é uma ferramenta pedagógica que permite a utilização de uma metodologia diferenciada e diversificada de monitorização e avaliação do processo de ensino e aprendizagem, não descurando a atenção à carga de afectos inerente à situação de aprendizagem.
O uso de portfolios de aprendizagem dá relevância e visibilidade ao processo formativo de aquisição, treino e desenvolvimento de competências. O seu carácter compreensivo, de registo longitudinal, permite detectar dificuldades e agir em tempo útil, ajudando o aluno a melhorar.
Possibilita a compreensão tanto da complexidade, como das dinâmicas de flutuação do crescimento do saber pessoal. Valoriza e fomenta a reflexão sobre aprendizagem, o que conduz ao desenvolvimento da meta-cognição e ao aprofundamento do auto-conhecimento.
Com o avanço tecnológico chegando às escolas, o portfólio tornou-se em sua versão eletrônica o webfólio, transpondo suas publicações de documentos para web.
A coletânea de trabalhos, provas, exercícios, contidos na pasta individual, permitem construir, entre outras coisas, o perfil acadêmico do aluno, refletindo o ritmo e a direção de seu crescimento. Esta ferramenta pode ser comparada como uma espécie de “diário do aluno” e apresenta grande importância para todas as matérias, inclusive a geografia, pois neste material são expostos os trabalhos do aluno, que são as produções acadêmicas mais atuais, sendo assim, pode ser acessado qualquer tipo de estudo relacionado a qualquer tipo de aprendizagem de maneira dinâmica e eficiente. São os avanços tecnológicos auxiliando cada vez mais na produção do conhecimento.
O portifólio deve ser trabalhado corretamente, deve haver um padrão para que todos possam usufruir das pesquisas e trocar informações que é o principal objetivo do portifólio. Trocar informações entre os pesquisadores e a todos que queiram ter acesso àquele conteúdo.
Para utilizar o portifólio como instrumento de avaliação nas escolas, é preciso primeiramente que se estabeleça algumas regras e padrões para que todos os blogs fiquem parecidos quanto a sua estrutura, o que facilita o acesso ao conteúdo.
Apesar das dificuldades encontradas por alguns alunos de organizar e estruturar o portfólio, posteriormente reconhecem-no como importante instrumento reflexivo, não só para o professor avaliar o aluno, mas, principalmente, para a formação individual.
Para a Geografia o portfólio pode ser um grande aliado não só como ferramenta pedagógica, mas também a seus objetos de estudos tais como a paisagem, onde o aluno poderá ter acesso mais facilmente ao encontro de lugares e paisagens sem necessariamente sair a campo.

Considerações Finais


O Portfólio é uma nova ferramenta pedagógica para a educação. Entretanto sabemos de todas as dificuldades e debilidades do ensino no Brasil, onde ainda uma maioria não tem acesso a todos os meios de informação, tais como a internet.
Para o aluno ele pode ser utilizado como um meio de organizar os seus trabalhos e até mesmo de rever os conteúdos que foram estudados, ao longo do período/ano.
Já para os professores pode ser utilizado como um meio de avaliar o desempenho de seus alunos, conhecendo-os individualmente, pois no portfólio está contido, além da aprendizagem a personalidade de cada um.
Por fim pode ser um grande auxílio no ensino de Geografia, uma vez que a disciplina é dotada de aulas práticas que promovem um maior desenvolvimento intelectual de seus alunos, e este poderá ser utilizado como um novo recurso didático.


[1] Graduanda do Curso de Geografia da Universidade Estadual de Londrina. Email carolinakobayashi@gmail.com

Referências Bibliográficas

Wikipédia. Disponível em . Acesso em 08 de junho de 2008.

Portfólio uma ferramenta pedagógica. Disponível em .Acesso em 08 de junho de 2008.

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Atividade 1

INTRODUÇÃO AOS PARÂMETROS CURRICULARES NACIONAIS

Os Parâmetros Curriculares Nacionais tem como função orientar e garantir a coerência dos investimentos no sistema educacional, principalmente daqueles que se encontram mais isolados, com um menor contato com a produção pedagógica atual.
Porém os PCN’s não são um modelo curricular impositivo, ele possui uma proposta curricular flexível, uma vez que o objetivo é através dos conteúdos propostos adapta-lo para a realidade de cada Estado e/ou município, buscando cada vez mais a melhoria na qualidade da educação brasileira.
Foi a partir de um estudo de propostas curriculares de Estados e Municípios brasileiros que deu início ao processo de elaboração dos Parâmetros Curriculares Nacionais, a partir de então se deu o início de discussões a fim de viabilizar o projeto, através de encontros regionais e estaduais organizados pelas delegacias do MEC nos Estados, contando com a participação de profissionais da área de educação.
De acordo com os princípios e fundamentos dos PCN’s é necessário uma proposta educacional que tenha em vista a qualidade da formação a ser oferecida a todos os estudantes. Esse ensino tem que se voltar para uma prática educativa adequada às necessidades, sociais, políticas, econômicas, e culturais de acordo com a realidade brasileira.
Os Parâmetros Curriculares Nacionais adotam a proposta de estruturação por ciclos, pelo reconhecimento de que tal proposta permite compensar a pressão do tempo que é inerente à instituição escolar, tornando possível distribuir os conteúdos de forma mais adequada à natureza do processo de aprendizagem. A adoção de ciclos, pela flexibilidade que permite, possibilita trabalhar melhor com as diferenças e está plenamente coerente com os fundamentos psicopedagógicos, com a concepção de conhecimento e da função da escola.
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Atividade 2

Questões acerca dos Parâmetros Curriculares Nacionais

O que são os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN’s)?
Quais são os conteúdos propostos?
Quais formas sugeridas (como)?
Terminologias adotadas.
Identificar escola geográfica (abordagens, correntes, etc.).

Respostas:

1. Os PCN’s têm como função orientar e garantir a coerência dos investimentos no sistema educacional, socializando discussões, pesquisas e recomendações, subsidiando a participação de técnicos e professores brasileiros. Por sua natureza aberta configuram uma proposta flexível, a ser concretizada nas decisões regionais e locais sobre currículos e programas de transformação da realidade educacional empreendidos pelas autoridades governamentais, pelas escolas e pelos professores. Não configuram porém um modelo curricular impositivo e homogêneo, que sobreporia à competência político-execitiva dos Estados e Municípios, à diversidade sociocultural das diferentes regiões do País ou à autonomia de professores e equipes pedagógicas.



2. Os conteúdos sugeridos para a Geografia Humana para o ensino fundamental são:
· A geografia como uma possibilidade de leitura e compreensão do mundo: A construção do espaço: os territórios e os lugares ( o tempo da sociedade e o tempo da natureza); A conquista do lugar como conquista da cidadania.
· O campo e a cidade como formações socioespaciais: O espaço como acumulação de tempos desiguais; A modernização capitalista e a redefinição nas relações entre o campo e a cidade; O papel do Estado e das classes sociais e a sociedade urbano-industrial brasileira; A cultura e o consumo: uma nova interação entre o campo e a cidade.
· A evolução das tecnologias e as novas territorialidades em redes: A velocidade e a eficiência dos transportes e da comunicação como novo paradigma da globalização; A globalização e as novas hierarquias urbanas.
· Um só mundo e muitos cenários geográficos: Estados, povos e nações redesenhando suas fronteiras; Uma região em construção: O Mercosul; Paisagens e diversidade territorial no Brasil.

3. A abordagem dos conteúdos de Geografia pode colocar-se na perspectiva da leitura da paisagem, o que permite aos alunos conhecer os processos de construção do espaço geográfico. Esta leitura pode ocorrer de forma direta (pela observação da paisagem que os alunos visitaram) ou de forma indireta (por meio de fotografias , da literatura, de vídeos, de relatos). A descrição e a observação como processo de conhecimento, são os pontos de partida para o início da leitura da paisagem e construção de explicação. A explicação é o procedimento que permite responder os porquês e dos fenômenos lidos numa paisagem, e também através da interação uma vez que a geografia trata de temas amplos que interagem entre si. Nenhum estudo geográfico devera estar desvinculado da territorialidade ou extensão do fato estudado.Através de analogias e também da representação do espaço no estudo da Geografia.

4. Territorialidade; Representações do espaço; Paisagem; Espaço Geográfico; etc.

5. Os PCN’s recebem influência da abordagem marxista, também da Geografia Clássica e Humanista.
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Atividade 3

Resenha do Texto: A geografia na escola

A Geografia está presente entre as disciplinas das grades curriculares e possui fortes ligações com o sistema escolar ambos, frutos do século XIX. A partir do ideal iluminista, que defendia a idéia do poder da razão humana, há uma ampliação na defesa pela expansão da cultura para todos, e assim a transformação do meio. Os direitos passam a ser fundamentados antropocentricamente, juntamente com a defesa do direito universal de todos os homens, que se expressou na Declaração Universal dos Direitos Humanos. Neste sentido, a escola passa a ser defendida como meio para a formação de cidadãos.
Baseando-se no ideal de igualdade a burguesia passa a defender os seus interesses apoiando a escolarização para todos, pois assim os servos poderiam tornar-se cidadãos para participarem do processo político.
Em 1782, na França inicia-se a organização da instrução pública e, além disso, a educação é proclamada universal, gratuita, laica e obrigatória, uma vez proclamado que todos os homens são iguais conseqüentemente a educação deve se estender a todos, sendo assim a educação também deverá ser gratuita.
Enquanto classe emergente a burguesia implanta uma nova forma de legitimidade através do mérito escolar, ou seja, o estudo, o diploma. Pois a implantação do modo de produção capitalista só poderá se instalar através da educação, retirando do homem a ignorância e os equalizando.
Ao longo do século XIX a escola e a escolarização se firmam, juntamente com a consolidação do Estado Nacional e do capitalismo, o que faz com que as escolas européias, assumissem um caráter nacional para a imposição da nacionalidade. O que faz com que disciplinas como a Geografia, a História e a Língua Nacional, se tornassem fortes instrumentos de poder para a instauração da hegemonia burguesa, através de delimitações geográficas de suas fronteiras, pela tradição, e línguas comuns. O que faz com que a geografia entre na grade curricular por razões geopolíticas, onde diferentes interesses políticos, econômicos e sociais estão em jogo. Porém o objetivo não é o de fazer o homem raciocinar sobre o espaço, mas sim o de fazer dele um inventário, para delimitar o espaço nacional e situar o cidadão neste quadro.
Mas através dos ensinamentos passados pela Geografia Tradicional, o que se verifica é que há uma evidência do natural sobre o social, para que este seja visto como natural, priorizando os elementos da natureza, o que torna o ensino da geografia a-crítico e a-histórico. Há uma fragmentação da idéia de que não é preciso compreender a relação entre homem e natureza, mas apenas de memorizar um saber sobre a natureza física.
Para ensinar uma geografia que não isole sociedade e natureza, o professor precisa conhecer a origem do conteúdo. Deste modo o objetivo do trabalho apresentado é o de centrar sua atenção no conteúdo que a geografia ensina e não na forma como ele é trabalhado.
Um das maiores dificuldades encontradas pelo professor de geografia é exatamente na forma fracionada e parcial que se encontra o conteúdo desta disciplina, tornando-se segundo o texto “o principal obstáculo à prática docente do professor interessando em desenvolver uma proposta pedagógica, que abarcando dialeticamente as duas ordens cognitivas, propicie o conhecimento da totalidade social” (Fontes, 1989).
Os saberes relacionados à geografia já existiam bem antes dela ser sistematizada como ciência no século XIX na Alemanha, país este que se tornou pioneiro na introdução desta disciplina no currículo escolar e universitário, e é através de Alexander von Humboldt e de Karl Hitter que vai se ter uma geografia institucionalizada dentro das universidades. E uma vez dentro das universidades o papel da geografia deixa de ser estratégico para ser ideológico. Sendo em 1820, a data em que a cátedra de geografia é instituída na Universidade de Berlim.
Um dos períodos decisivos para a geografia é quando esta ciência alcança o status acadêmico, tornando-se obrigatória nos currículos escolares e também devido à uma Alemanha unificada na busca por expansão.
Já em 1870, a derrota da França para a Alemanha é atribuída à qualidade do ensino que este país. O que provoca uma mudança em relação ao sistema de ensino ministrado no país Francês, o que faz com que a geografia francesa seja edificada sobre bases de trabalhos alemães, que acaba por fornecer elementos necessários para a formulação possibilista.
Contudo, percebem-se quais são as preocupações teóricas que levam ao desenvolvimento da geografia, articulada com motivações de natureza política.

Bibliografia
FONTES, R. M. P. do A. Da Geografia que se Ensina à gênese da Geografia Moderna. Florianópolis: UFSC, 1989.

2 comentários:

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